Associativismo Atividade cívica

Movimento Cívico Não Apaguem a Memória – NAM (2005- )

“Face à tentativa de apagamento da memória da resistência ao fascismo, um grupo de cidadãos manifestou-se publicamente junto à antiga sede da PIDE/DGS, em 5 de Outubro de 2005, para protestar contra a transformação daquele edifício em condomínio fechado, sem que fosse assegurada uma adequada menção ao sofrimento causado a tantos portugueses pela polícia política do regime ditatorial. Desta iniciativa nasceu o Movimento Cívico “Não Apaguem a Memória!”, motivado pela exigência da salvaguarda, investigação e divulgação da memória da resistência antifascista…
Porque sem memória não há futuro.”

O NAM realizou debates e homenagens e participou em iniciativas pelo país, resgatando do esquecimento a luta pela Liberdade. Particular relevo teve a participação do NAM no colóquio sobre o Campo de Concentração do Tarrafal, na Assembleia da República, em 29/10/2008 e no Simpósio Internacional no próprio Campo do Tarrafal, em 2009, que tiveram a presença de ex-prisioneiros portugueses e africanos das ex-colónias e, no Tarrafal, a de Mário Soares, da ministra da Cultura de Angola e do Presidente da República de Cabo Verde, Pedro Pires.

O NAM está na origem do museu do Aljube, em Lisboa, e organizou, em parceria com a Fundação Mário Soares e a Universidade Nova de Lisboa, a grandiosa exposição A VOZ DAS VÍTIMAS”, inaugurada em 11/04/2011 e que teve milhares de visitantes nacionais e estrangeiros;

O NAM promoveu a colocação de lápides evocativas da repressão e da luta pela liberdade
— no edifício que substituiu a antiga sede da PIDE em Lisboa;
— no edifício que albergava o tribunal plenário, no Largo da Boa Hora ao Chiado. Lápide descerrada por Nuno Teotónio Pereira.
— nos edifícios das reitorias das universidades públicas, de Lisboa, Porto e Coimbra, em memória dos professores saneados;
— na sala da 1ª Comissão da Assembleia da República na sequência de sessão de homenagem aos advogados dos presos políticos com intervenções nomeadamente de Jorge Sampaio, António Borges Coelho e Mário de Carvalho e a presença de advogados e ex-presos políticos.

Em 2020 o NAM promoveu uma muito participada homenagem a Humberto Delgado no Panteão Nacional. O NAM continua activo no presente mas condicionado pela pandemia COVID-19.

Nuno Teotónio Pereira foi um dos fundadores do NAM e teve um papel destacado em muitas das suas iniciativas. O relevo da sua participação mereceu a distinção de ser um dos três sócios honorários do NAM.

Cidadão de exemplar modéstia e atenção para com o seu semelhante era no NAM muito acarinhado e apreciada a sua opinião e participação.

Nuno Teotónio Pereira quando não pôde estar presente nalgumas importantes iniciativas do NAM enviou testemunhos como sucedeu por exemplo, na homenagem aos advogados dos presos políticos, em 28/01/2014, na Assembleia da Repúblico ou na tertúlia “Os católicos na luta contra a ditadura” em 22/02/2014, organizada pelo NAM em parceria com o Instituto São Tomás de Aquino, no convento dos Dominicanos, em Lisboa.

http://maismemoria.org/mm/ http://naoapaguemamemoria2.blogspot.com/
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Raimundo Narciso / Direção do NAM
Novembro de 2021

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