Notas Autobiográficas
Memórias inacabadas 1 – A política na massa do sangue
Nascido no ano em que Mussolini conquistou o poder com a Marcha sobre Roma; a fazer onze anos no exacto dia em que Hitler também o alcançou, por via eleitoral (30 de Janeiro de 33), filho e sobrinho de amigos de António Sardinha e militantes do Integralismo Lusitano – mais tarde convertidos ao salazarismo – a política estava-me na massa do sangue.Ler maisMemórias inacabadas 2 – Primeiras viagens a Espanha
A 18 de Julho de 1936, com o levantamento militar contra a República da Frente Popular chefiado por Franco, foi desencadeada a guerra civil de Espanha, acontecimento que rapidamente ganhou importância internacional e que, de algum modo, antecipou a 2ª guerra mundial.Ler maisMemórias inacabadas 3 – Um quarto de século mais tarde, outras viagens a Espanha
Ao longo dos anos, a minha paixão pelo conhecimento do território português, que as leituras de Orlando Ribeiro e o curso livre dado por ele no Centro de Estudos Geográficos haviam potenciado, levaram-me a percorrer o país de norte a sul, muitas vezes por estradas primitivas, nos carros sempre baratos que eu podia comprar: (...)Ler maisMemórias inacabadas 4 – Das múltiplas discências às docências só honorárias
Era um Colégio em que a directora se chamava Miss Price e a adjunta Miss Gladys, num belíssimo prédio todo forrado a azulejo na Calçada Marquês de Abrantes, felizmente ainda hoje bem conservado, e com um jardim anexo, sobranceiro à rua.Ler maisMemórias inacabadas 5 – o associativismo também na massa do sangue
Sempre recordo meu Pai ligado a actividades associativas. Primeiro, era eu miúdo, no campo desportivo. Depois de ter sido sócio do CIF/Clube Internacional de Futebol, que introduziu esta prática em Portugal, foi dirigente da Associação Naval de Lisboa (...)Ler maisMemórias inacabadas 6 – Associativismo e política em tempos de ditadura
Se bem que interessado pela política, fui resistindo, ao longo dos anos, ao engajamento partidário. Tendo, durante muito tempo, adoptado uma atitude de passividade, fui inflectindo para a esquerda, no campo dos que vieram a ser chamados católicos progressistas, movimento que se radicalizou com a luta anti-colonial.Ler maisMemórias inacabadas 7 – A habitação para todos
Em 1944, um amigo de meu Pai encomendou-me um projecto para um conjunto de habitação social, ainda sem local fixado, para a Caixa de Abono de Família dos Empregados de Escritório do Distrito de Lisboa. Já fascinado pelas leituras de Le Corbusier, com as suas propostas para a “unidade de habitação” (...)Ler maisMemórias inacabadas 8 – A paixão por Lisboa, pela cidade, pelo território
Aqui nascido, sempre aqui vivi – o que é um fenómeno não tão usual como se pode pensar. Quantos amigos e conhecidos tenho que não podem dizer o mesmo. Eis o que me parece ser uma primeira razão para essa paixão.Ler maisLigação a Almada
É para mim uma honra ver-me associado a uma realização de tão grande prestígio como o Festival de Teatro de Almada. Prestígio aliás que cresce de ano para ano, pois em cada nova edição o Festival – como tivemos ocasião de verificar (...)Ler maisQuadras de um meio ilhéu
Veio um fidalgo francês / das bandas da Normandia / Bettencourt era o seu nome / da cidade onde vivia.Ler maisPequeno diário de Caxias
A meio da tarde telefonou-me o António Costa: a Pide estava na sede e queria a comparência de alguém da Direcção. Depois de ter tomado algumas providências, corri para lá. Já lá estavam o Tó e a Natália, que tinha ido trabalhar na preparação de circulares.Ler maisO arquitecto das causas sociais
Ganhou a tranquilidade como resultado de uma vida intensa e pesada. Deu asas à imaginação, à rebeldia, à indignação, passou momentos do desgosto mais fundo, esteve na frente das batalhas porque, simplesmente, não há outro lugar para lutar.Ler maisO percurso pessoal e profissional
Entrevista biográfica conduzida por Ana Sousa Dias sobre o seu percurso pessoal e profissional.RTP, 24 maio 2004