Conheceram-se na Federação das Caixas de Previdência – Habitações Económicas, em Lisboa, onde ele trabalhava a tempo inteiro, desde 1948, e ela era dactilógrafa, desde o ano anterior, e passava os textos dele à máquina. Namoraram durante dois anos, em 1951 ela deixou o emprego e casaram na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa, segundo um rito especial aplicável quando um dos noivos não é católico. Fizeram uma viagem de núpcias à Andaluzia, para “conhecer a terra de Lorca e ver o Mediterrâneo”.
A Natália nasceu a 7 de julho de 1930 em Ribeirão Preto (estado de S. Paulo, Brasil), para onde os pais tinham emigrado, a mais nova de quatro irmãos: Nuno e Vasco (gémeos), e Fernando. A família regressou a Portugal no seguimento da crise de 1929, tinha ela meses. Em 1938 o pai, Fernando Duarte Silva, morreu repentinamente e a mãe, Maria Guiomar de Aguiar Ferreira Duarte Silva, ficou com a responsabilidade de criar os filhos, crianças e pré-adolescentes. Aos 16 anos entrou como escriturária para a Junta Nacional da Cortiça e saiu de casa ao contrair um matrimónio civil com Jaime Salazar Sampaio, escritor e dramaturgo, que a introduziu no seu círculo de amigos e companheiros de Letras, e de quem se divorciou em 1950.
Nove anos depois do casamento, a Natália e o Nuno escreveram os seus respectivos apontamentos sobre o tema Amor e casamento: causas de desunião, para partilharem com os casais com quem se reuniam mensalmente no quadro do movimento católico das Equipas de Nossa Senhora.
Em 1968 a Natália assinou a resposta a um inquérito publicado pela revista O Tempo e o Modo num número dedicado ao «Casamento», o que valeu ao casal o corte de relações por parte da família Teotónio Pereira até à sua morte.
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