Arquitetura Associativismo Igreja católica

É co-fundador e dirigente do MRAR – Movimento de Renovação da Arte Religiosa (1952-1965)

1950

Arquitetura Habitação Igreja católica
Organiza o primeiro inquérito feito em Portugal sobre as condições de utilização de edifícios plurifamiliares, no âmbito de um curso da Juventude Universitária Católica (JUC) da Escola Nacional de Belas-Artes, Lisboa
 
Arquitetura Habitação
Projeta o Conjunto de casas de renda económica em Alhandra, concelho de Vila Franca de Xira. Com Manuel Costa Martins (não construído)

1951

Assuntos pessoais
Casa com Maria Natália Ferreira Duarte Silva, em Lisboa (18 outubro)
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1952

Arquitetura Associativismo Igreja católica
É co-fundador e dirigente do MRAR – Movimento de Renovação da Arte Religiosa (1952-1965)
 
Assuntos pessoais
Nascimento da primeira filha, Luísa, em Lisboa
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Arquitetura Artes Plásticas Prémios
Projeta o Bloco das Águas Livres em Lisboa. Com Bartolomeu da Costa Cabral (1953-1957)

1954

Assuntos pessoais
Nascimento do segundo filho, Miguel, em Lisboa
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Numa entrevista ao Notícias da Covilhã, em 1959, à pergunta do jornalista “Como nasceu a ideia da formação do M.R.A.R.?”, o Nuno respondeu: “A ideia não nasceu: impôs-se-nos. Teve de ser. A certa altura, um pequeno grupo de artistas católicos, alguns ainda estudantes, viu-se formado e logo cresceu com a adesão de uma dezena de sacerdotes, críticos de arte e mais artistas. As actividades iniciaram-se em 1952 com reuniões periódicas e uma exposição didáctica de arquitectura religiosa que foi inaugurada na galeria anexa à igreja de S. Nicolau e que tem sido apresentada em muitas cidades da Metrópole, das Ilhas e do Ultramar.

Continua o jornalista: “Como dirigente do Movimento de Renovação da Arte Religiosa, quais as maiores dificuldades que encontrou no começo deste movimento? E quais as realizações principais?” A resposta: “As dificuldades que temos encontrado têm sido sobretudo da nossa parte: somos poucos, temos pouco tempo e falta-nos às vezes a preparação necessária para as tarefas de grande responsabilidade e urgência a que somos chamados. Mas há ainda outras: a falta de formação e de informação artística de grande parte do clero e das elites cristãs: daí os preconceitos, as reservas, a desconfiança. Mas os que têm o espírito aberto e sincero recebem com entusiasmo o que tenha a marca da sinceridade, da humildade e da pureza. E ainda outra dificuldade: a baixa comercialização dos objectos de culto, que despida de preocupações formativas, continua a oferecer ao público o que há de pior.” (PEREIRA, Nuno. “A Igreja das Águas integra-se no grande Movimento Renovador tanto no plano artístico como no religioso”. Entrevista de António dos Reis. Notícias da Covilhã, 10 jan. 1959).

No mesmo ano, numa outra entrevista, a propósito da igreja das Águas, o Nuno explicou melhor o que é o MRAR: “A Igreja das Águas integra-se evidentemente no grande movimento renovador que se manifesta em nossos dias, tanto no plano artístico, como no religioso; a arte sacra está na convergência destes dois planos, ambos em movimento, e por isso se pode falar da sua renovação: é o encontro de uma fé mais autênticamente vivida e de uma liturgia revigorada nos seus valores essenciais com uma arte que também redescobriu certos valores que andavam perdidos (…). No que respeita propriamente à arquitectura, parece-me muito esclarecedora a síntese que aparece nas directivas do Episcopado alemão para a construção de novas igrejas: «As mais nobres necessidades do homem do nosso tempo devem encontrar na igreja a sua satisfação: o desejo imperioso de vida comunitária; a ânsia de verdade e autênticidade; o desejo de passar do superficial ao que é central e essencial; a ambição de clareza, luminosidade e visibilidade; a veemente aspiração de silêncio e paz, de calor e segurança».

E quais são os meios de acção do vosso movimento?

Procuramos em primeiro lugar esclarecermo-nos a nós próprios Mas, entretanto, vamos organizando exposições e conferências, visitas de estudo, fazendo pequenas edições de textos fundamentais e de um ainda modesto boletim. Temos procurado lutar sempre contra o espírito de comercialização dos objectos de culto e diligenciar que a execução das obras de arte sacra seja confiada a artistas competentes (…)”. (PEREIRA, Nuno Teotónio, “Conversando com o arquitecto Teotónio Pereira”. Entrevista de José Reis. O Século, 28 jun. 1959).


CONTEÚDOS RELACIONADOS

Ver MRAR – Movimento de Renovação da Arte Religiosa
Ver Projeta a Igreja Paroquial das Águas