“Com esta iniciativa [de imposição das insígnias de Doutor Honoris Causa aos Arquitectos Nuno Teotónio Pereira, Charles Correa e Gonçalo Byrne] pretende a Universidade Técnica de Lisboa conferir público reconhecimento aos méritos profissionais, académicos e humanísticos dos homenageados, secundando a iniciativa assumida pela Faculdade de Arquitectura.”
Ana Tostões foi a madrinha e “começou por lembrar os idos anos de 60 e 70, quando o ateliê de Teotónio Pereira funcionava como «uma escola de inovação e discussão onde trabalharam sucessivas gerações de arquitectos». Realçou «o modo despreconceituoso no uso dos materiais como ninguém na sua geração foi capaz», a «profunda preocupação» com as questões sociais e as perseguições de que foi vítima pela antiga polícia política. «O que mais me impressiona em Nuno Teotónio Pereira é a sua intrínseca honestidade na obra e na vida. Um lutador inconformado, um exemplo de coerência, rigor e saudável tenacidade», acentuou Ana Tostões.” (FONSECA, Pedro Prostes da. “Lisboa reconhece talentos”. Arquitectura e Vida, maio 2005).
“Nas palavras de agradecimento, evoquei as causas que fui transformando em paixões: a habitação para todos, o território e o património, o associativismo e a sede de informação, do local ao global. Dirigindo-me aos estudantes, fui pródigo em conselhos, mas destaquei um deles: serem fieis a si próprios.” (PEREIRA, Nuno Teotónio. Memórias inacabadas 4: das múltiplas discências às docências só honorárias, 2008, documento inédito).
O jornalista presente estava atento e reparou como o doutorado tinha olhado para o fundo da sala, “onde se encontravam os estudantes que assistiam à cerimónia. Foram para eles as suas últimas palavras: «Vão encontrar muitas dificuldades para arranjar trabalho. Vão ter que explorar as oportunidades, estarem abertos à mudança, agirem em conjunto mas, acima de tudo, há uma coisa muito importante: cada um tem que ser fiel a si próprio»”. (FONSECA, Pedro Prostes da. “Lisboa reconhece talentos”. Arquitectura e Vida, maio 2005).
Quem assistiu e o conhecia espantou-se com uma inesperada declaração a propósito de Lisboa, “cidade onde nasci, vivi, fiz-me gente”: “Amo-a perdidamente!”.
CONTEÚDOS RELACIONADOS