Arquitetura Homenagens

É doutorado Honoris Causa pela Universidade do Porto (22 janeiro)

1995

Assuntos pessoais Atividade política Homenagens
É agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade pelo Presidente da República Mário Soares (9 junho)
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1996

Arquitetura Habitação
Publicação de Escritos 1947-1996, coletânea de artigos e comunicações
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2002

Atividade política
Filia-se no Partido Socialista após a derrota eleitoral (maio)

2003

Arquitetura Homenagens
É doutorado Honoris Causa pela Universidade do Porto (22 janeiro)
 
Urbanismo
Projeta o Plano de Mobilidade Pedonal da Covilhã. (2003-2004)

2004

Arquitetura Atividade cívica Exposições
Exposição “Arquitetura e Cidadania: Atelier Nuno Teotónio Pereira”, em Lisboa (26 junho-31 outubro)
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Arquitetura Assuntos pessoais Atividade cívica Atividade política Homenagens
É agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da República Jorge Sampaio (5 outubro)
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A execução, pelo Quinteto de Metais, do Rondeau de Jean Joseph Mouret, impregnou logo a cerimónia de um verdadeiro ambiente de festa, de um sentido de boas-vindas a novos membros da academia. O Mestre-de-Cerimónias desempenhou a sua função simultaneamente com enorme graça e solenidade. Os felizes doutorandos eram os arquitetos Nuno Teotónio Pereira e Vittorio Gregotti (co-autor, com Manuel Salgado, do Centro Cultural de Belém).

Nuno Portas fez o elogio de ambos. Afirmou, quanto ao primeiro: “(…) Não pretendo, nem poderia fazê-lo, percorrer o rosário das suas numerosas obras significativas , mas simplesmente lembrar o que para muitos de nós, mais novos, foi um exemplo de contínuo compromisso com o país real – e de luta, até ao sacrifício pessoal, para mudar o contexto social e político, das arquitecturas e de muito mais que a Arquitectura. E, em paralelo, de compromisso com a própria arquitectura, confrontando as pessoas e os sítios através de um método aberto que tornou possível o projecto de grupo envolvendo nas suas obras diferentes gerações e disciplinas. Para os que com ele colaboraram, essa prática foi a “escola” que os de Lisboa não tínhamos tido – sem que essa arquitectura de investigação colectiva paciente e crítica tivesse por isso que ser menos arquitectura com autor.

A investigação sobre a casa e o bairro – o tema mais constante do anos 50 aos 90 – pode ser lida em dezena e meia de conjuntos habitacionais de promoção pública em varias cidades e regiões – primeiro nas Caixas de Previdência, depois nos Olivais Norte e Sul e no Restelo, em Lisboa e finalmente no programa PER em Oeiras, formando uma riquíssima e consciente experimentação sobre a tipologia, a construção e os traçados urbanos. (…)

Se me é permitido um testemunho pessoal diria que sem esse trabalho laboratorial que Teotónio Pereira nos propiciou, não teria sido provável, por exemplo, a abertura no LNEC de um sector de investigação interdisciplinar a partir de 63, devido à iniciativa de RJG [Ruy José Gomes] e para onde levei metade do n/atelier… nem a experiência do programa SAAL dos anos da Revolução, que ambos tínhamos imaginado possível, nem talvez a criação dos GAT que tinham tido um precedente na desconcentração de técnicos com autonomia para as várias regiões posta em prática quando Teotónio Pereira era consultor da Federação das Caixas de Previdência em pleno Estado Novo e por onde passaram nomes depois notáveis que me abstenho de enumerar. (…)

E ainda posso testemunhar como o período de mais intensa produção de um atelier que sempre foi pequeno e coeso, coincidiu com o tempo dos maiores riscos do seu líder na luta pelas liberdades e contra a guerra colonial que o empenhou pessoalmente até à cadeia, de que o 25 de Abril o libertaria e na qual chegaria a desenhar peças importantes, como o sacrário, para Igreja em construção.

Conquistada a democracia, Teotónio Pereira não deixa de, a par de uma actividade de projectista agora menos intensa, se desdobrar ao serviço da organização da profissão (lançando um processo que levaria à Ordem dos Arquitectos) e a publicar artigos de opinião com maior frequência sobre as políticas urbanas e regionais e, até a realizar trabalho de investigação à habitação popular desde a 1ª industrialização em Lisboa. (…)”

Manuel Tainha, convidado para padrinho, teve um imprevisto e a sua mensagem foi lida pela diretora da Faculdade de Arquitetura de Lisboa, Clara Mendes.

Recebida a medalha e o anel (símbolos da colegialidade, irmandade com os restantes Doutores), o Livro (símbolo da sabedoria) e o diploma, assinado o Livro de Registo dos Doutoramentos Honoris Causa, o Quinteto de Metais tocou a Hornpipe da Música Aquática de G. F. Haendel.

O doutorado agradeceu: “(…) Também me é extremamente grato contar aqui com a presença de colegas do nosso Atelier, desde alguns dos mais antigos até outros mais recentes, entre os quais não posso deixar de nomear Nuno Portas, pela importância que assumiu no meu percurso na profissão. Essa presença testemunha o que tem sido a minha actividade como arquitecto no Atelier que fomos construindo ao longo dos anos: eu era sempre o mais velho e por ser o mais velho era aquele que era mais conhecido e mais considerado, e por isso mais ouvido. Mas sempre trabalhámos com espírito de grupo, com sentido colectivo. E por isso muito aprendi, ao longo desses já longos anos, com todos esses colegas com quem fui partilhando o trabalho. Devo-lhes um agradecimento público e aproveito esta ocasião, se me é permitido, para o fazer.

Foi neste quadro que as deambulações pelo território, de que falou Nuno Portas, esse percorrer o país, calcorrear estradas esburacadas, descobrir aldeias, subir a montes, tudo isso foi parte muito importante da minha formação. Essa ligação ao território, ao quadro natural, às pessoas, às populações, tudo isso me marcou muito e quero também lembrar neste momento. (…)”.


CONTEÚDOS RELACIONADOS

Ver Trabalha em associação com Nuno Portas
Ver É doutorado Honoris Causa pela Universidade de Lisboa