Ele gostava das pessoas como elas são. E podia ficar por aqui.
Gostar de pessoas é, em primeiro lugar, um atributo cada vez mais raro. Gostar de pessoas anónimas, de notáveis desconhecidos, sem que isso tivesse qualquer retribuição é ainda mais raro.
Encontrava isso, em muitas ocasiões, no avô Nuno e quem me dera ter aprendido com ele a gostar de pessoas. Pelo menos, a gostar como ele gostava – como elas são.
Isso requer uma relativização de muitas coisas à nossa volta.
Vou falar do carro. Nas nossas viagens, sentíamos a relativização do para-choques do carro (encosta à frente, encosta atrás, está bom). Uma arte que ainda não consegui conquistar!
Mas por falar em viagens e carro, lembro-me bem como me confiou o carro depois de eu ter tirado a carta de condução. Apesar dos receios da minha irmã, pelo perigo que a minha condução podia significar, ainda por cima em territórios totalmente desconhecidos, ele sempre confiou. Ou pelo menos não dizia nada em contrário.
Será que era porque gostava das pessoas como elas são?
Tiago