Éramos um pequeno grupo de cristãos galvanizados pelo sentido de abertura e reforma de João XXIII. Tentávamos reunir-nos, trocar ideias, desenhar rumos, dar sentido ao nosso viver. Com alegria, sempre com alegria. O Bento e o José Carlos Marques lançaram iniciativas e logo vieram os primeiros contactos pessoais. As ânsias eram as mesmas. Encontrávamo-nos como se fossemos amigos e conhecidos de há muito. Desta vez foi uma reunião de gente ligada ao Convento de Cristo Rei, informal, com uma ordem do dia que incluía o recebimento dos vossos pais, em visita “missionária”. Recordo a casa de um amigo, uma sala de jantar cheia de outros amigos do Porto e um casal com ar de “lisboetas”. Assim se iniciou nessa noite uma amizade para sempre. Tento não esquecer a determinação do Nuno e a participação activa da Maria Natália. Saí da reunião com a ideia de que tudo era possível e que o rumo para um futuro melhor tinha sido encontrado. Depois desta reunião a árvore deu alguns frutos e, entre alegrias e tristezas, a amizade e as convicções foram crescendo e amadurecendo. Passei a sentir o Nuno como um verdadeiro irmão.
Só a morte acabou com isso.
Mário Brochado Coelho
Agosto de 2022